sábado, 12 de março de 2011

Reunião entre pais, professores e representantes do Governo do Maranhão acaba sem avanços

A greve dos professores das escolas estaduais do Maranhão completa hoje (12) doze dias de duração. Na tarde de ontem, professores, representantes do Governo do Estado e do Sindicado dos Professores do Estado do Maranhão em Imperatriz (Sinproesemma) realizaram, no Colégio Graça Aranha, mais uma reunião para tratarem do assunto. Ao final, porém, não houve avanço nas negociações.

Ao todo, o Sinproesemma apresentou 22 reivindicações, que incluem a aplicação de tabela salarial com base na Lei do Piso; a prorrogação da validade do concurso para professor, realizado em 2009; a realização de outro concurso para preencher vagas de funcionários de escolas; e o fim da terceirização. Além disso, também é exigida a aprovação do Estatuto do Educador, feito em acordo com o Governo do Estado no ano passado.

O presidente do Sinproesemma, Raimundo Nonato Batista da Silva, argumenta que a greve é necessária, principalmente, devido à necessidade de contratação de professores. Ele também destaca que o problema existe em todo o Maranhão. “É um problema estadual, e fora de Imperatriz é mais grave. Nos municípios vizinhos [a situação] é tão grave que nem começaram as aulas ainda, como Buritirana, Sumaúma, Lajeado, Montes Altos... é um caos. É no Maranhão todo, não é só em Imperatriz. Nossa luta é estadual”, frisou.

Para o gestor regional de Educação, Agostinho Noleto, a greve deveria ser revista. “Essa greve, para discutir o estatuto, poderia ser evitada para não causar este prejuízo enorme à educação, como está agora. Duas semanas de paralisação. É um prejuízo para a educação. Eu lastimo que isto tenha acontecido, e espero que os professores se conscientizem e voltem novamente às salas de aula, para não dar um prejuízo maior ainda aos nossos alunos”, argumentou.

Apesar do posicionamento contrário à greve, Noleto reconhece que as reivindicações dos grevistas são válidas. “É justo. Você tem que reivindicar seus direitos. Foi pior no passado, muito pior. Não só em direitos, como salário. Hoje avançamos muito, mas o professor merece muito mais”, afirmou o gestor.

Dois anos de negociação

Segundo o presidente do Sinproesemma, as reivindicações da classe não são novidade para a governadora do Estado. Segundo ele, as negociações já duram dois anos, mas o Governo não atende às negociações. “Nós estamos há dois anos negociando e ele não entende o recado sem greve. É um governo insensível, é um governo que não tem responsabilidade com a educação. Esse é um remédio que estamos dando como quem trata de um câncer: uma greve geral no Maranhão todo”.

Os únicos prejudicados com a greve, no entanto, são os estudantes. Segundo Agostinho Noleto, um dos motivos para que a reunião da tarde de ontem fosse aberta à comunidade foi a prestação de contas à sociedade. “Convidei pais de alunos porque são os maiores interessados. São eles que estão reclamando. O prejuízo não é nosso, dos dirigentes. O meu salário será pago no fim do mês do mesmo jeito. O prejuízo é para os alunos, seus pais estão preocupados com a não escolarização dos seus filhos, eles são os maiores interessados, por isso os convidei, para manifestarem o que pensam a respeito dessa greve”, concluiu.

A greve dos professores da rede estadual de ensino permanece sem previsão para acabar.

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