Ao saber que o bloqueio do Greenpeace havia parado o funcionamento do porto, levando as polícias Militar, Federal e a Marinha ao local, o vice-governador entrou em contato com Paulo Adario, diretor da campanha Amazônia do Greenpeace. A bordo do navio Rainbow Warrior, que bloqueava um navio cargueiro, Adario selou o acordo: a ação seria suspensa com a condição de que Washington Luiz de Oliveira intermediasse um acordo com a indústria de gusa.

Ficou, então, marcado para segunda-feira, às 15h, um encontro entre representantes do setor, Ministério Público Federal e Estadual do Maranhão, Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Viena Siderúrgica (dona da carga bloqueada) e Greenpeace. A pauta será o fim das ilegalidades na cadeia de produção do minério, como desmatamento ilegal, uso de trabalho análogo ao escravo, e invasão de territórios indígenas. A outra condição, cumprida, é que nenhum dos ativistas fosse detido, nem o Rainbow Warrior apreendido.
“Foi uma vitória para todos os lados. Mas a vitória para a Amazônia só virá quando as empresas assumirem um compromisso formal de tirar de sua linha de produção a madeira ilegal, a invasão de terras indígenas e o uso de trabalho análogo ao escravo”, afirma Paulo Adario. “As ações falam mais do que as palavras. E o novo navio Rainbow Warrior não é uma embaixada flutuante. É um barco de ação.”
Os ativistas a bordo do Rainbow Warrior se aproximaram do Porto de Itaqui e ocuparam o navio cargueiro Clipper Hope, contratado pela Viena Siderúrgica para levar um carregamento de 31,5 mil toneladas de ferro gusa aos Estados Unidos. Por botes, outros ativistas subiram ao porto e estenderam faixas em um guindaste e na pilha que esperava o carregamento. A mensagem dizia: “Amazônia vira carvão. Brasil, desliga a motosserra”.
A tropa de choque da polícia foi acionada, o acesso ao porto foi fechado e suas atividades suspensas. Após a negociação, os ativistas voltaram ao Rainbow Warrior.
Uma investigação do Greenpeace divulgada no dia 14 mostra que algumas carvoarias que alimentam siderúrgicas da região amazônica do Pará e do Maranhão têm envolvimento com extração ilegal de madeira, trabalho análogo ao escravo e invasão de terras indígenas.
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