sábado, 21 de setembro de 2013

O EMPREGO DOS SONHOS: NASA PAGA EM DÓLARES PARA VOCÊ NÃO SE LEVANTAR DA CAMA

Seu sonho virou realidade: o ócio remunerado. E tudo em nome da ciência, uma causa mais do que nobre.
A Nasa está procurando voluntários que topem receber US$ 18 mil (quase R$ 40 mil) para ficarem deitados na cama por 70 dias. Achava que o “Ganhe Dinheiro Dormindo!!!” era pura balela dos spans? Não para a agência espacial dos Estados Unidos.

Para servir de cobaia da Nasa, o experimento exige dos voluntários apenas movimentos limitados enquanto permaneçam na cama (é imprescindível que o candidato não se levante da cama em nenhum momento durante os 70 dias). De lá, é permitido ficar mexendo no computador, assistindo televisão, navegar nas redes sociais, jogar videogame, ler livros e até trabalhar remotamente — se o seu emprego permite o “home” office. Durante o repouso, todas as tarefas são adaptadas: banho e necessidades fisiológicas, por exemplo, são feitas em equipamentos especiais. Tudo para que a inclinação da cabeça dos voluntários não passe dos seis graus.
Além de voltarem muito mais ricos do ócio, os participantes também satisfazem seus frustrados desejos pueris de um dia terem se tornado astronautas. Isso, pois os cientistas da Nasa aplicarão os resultados da observação nos que viajam em missão oficial pelo espaço sideral. “O que nós eventualmente façamos irá ajudar os astronautas a manter a saúde enquanto estão no espaço”, afirma o doutor Roni Cromwell, cientista sênior no estudo de “bed rest”.

Tudo é permitido (desde que não saia da cama): Guitar Hero, Fifa, Facebook e até "home office"
O propósito do experimento é pesquisar os efeitos da microgravidade no corpo humano. Ao exigir que os voluntários permaneçam na cama por 70 dias, o estudo simula os efeitos de uma viagem espacial de longa duração. Entre eles a atrofia dos músculos e da densidade óssea.
O doutor Cromwell explica que quando astronautas ficam semanas a fio flutuando pelo espaço, não precisam (lembre-se da gravidade zero) de mais do que a ponta de seus dedos para impulsioná-los no interior da estação. É como se seus músculos “entrassem em férias”.
“A possibilidade de testar novas ideias na Terra nos salva um tempo inestimável de voo”, afirma Joe Neigut, gerente do projeto em Houston.
Após o longo período de descanso, os voluntários são colocados numa extensa rotina de exercícios. “Nós também pedimos para realizarem tarefas que os astronautas fariam quando aterrissassem em alguma superfície no espaço. Simulamos a saída dos veículos, a movimentação de objetos pesados em curtas distâncias. Isso nos dá uma ideia da capacidade funcional”, explica o doutor Cromwell.
Perfil do candidato
Gostou das condições de trabalho? Acha que este é o emprego dos sonhos pelo qual você espera há tanto tempo? Calma. Você pode estar enganado. O tipo “adepto do sedentarismo” não é exatamente o que a Nasa está procurando. “Os voluntários precisam ser muito saudáveis”, ressalva Kelly Humphries, assessora de imprensa da agência espacial.
Quem conseguir sobreviver à peneira de candidatos dispostos a tentar a sorte com a Nasa, terá que enfrentar um rigoroso teste físico. Há também uma bateria de entrevistas com psicólogos. “Queremos pessoas que tenham características físicas e psicológicas de um astronauta. Eles precisam ser capazes de desempenhar o tipo de atividade que os astronautas fazem no espaço”, afirma o médico.
Pense de novo. Dois meses e meio sem sair da cama ainda soa sedutor para você? Continua interessado? Preencha o formulário da Nasa e espere o resultado.

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